HSBC FECHA AGÊNCIAS E DEMITE

Mesmo tendo atingido o maior lucro de sua história no Brasil, R$1,35 bilhão, em 2008, uma alta de 9% em relação ao ano anterior, o HSBC está demitindo e fechando agências por todo o país. O crescimento do lucro seria ainda maior não fosse o provisionamento por conta de devedores duvidosos, em razão dos efeitos da crise financeira mundial. Para se ter uma idéia, o crescimento do lucro do maior banco do país, o Itaú, no mesmo período, foi de 2,1%.

As demissões são ainda uma contradição em relação às declarações do presidente do banco inglês, Shaun Wallis, que afirmou que o HSBC teria um “crescimento orgânico” no país. Ou seja, cresceria com suas próprias pernas. E isso implicaria em ampliar a rede de agências, e não o contrário.

O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, está notificando a Procuradoria Regional do Trabalho em razão de vários demitidos que procuraram a entidade nesta quarta-feira, estarem em estabilidade provisória por afastamento por acidente de trabalho, ou acometidos por doenças ocupacionais, e que por isto não poderiam ser dispensados. “Não concordamos com qualquer tipo de demissão. Muito menos de pessoas adoecidas no trabalho. E vamos usar de todos os meios para defender os interesses dos bancários e enfrentar esta reestruturação”, afirmou o diretor do Sindicato, Marcelo Rodrigues.

“Outra possibilidade em estudo é o pedido de suspensão de todas as demissões pela falta de tratativas coletivas, na Justiça do Trabalho, por configurar demissão em massa”, afirmou o diretor da Confederação Nacional do Ramo Financeiro (Con traf-CUT), Miguel Pereira. O dirigente não descartou outras medidas. Já está agendada reunião entre a Confederação e o HSBC para o dia 25 próximo. O objetivo é buscar rever o fechamento de agências e cancelar as demissões.

No Rio de Janeiro, as agências Conde de Bonfim, São Clemente, Santa Cruz e Marquês de Abrantes, já receberam comunicado de fechamento. No estado foram 13. E 15 bancários foram desligados nesta quarta-feira. Em todo o país serão fechadas 60 unidades, sendo que o banco não oficializa esta informação. Além de jogar no desemprego centenas de bancários e suas famílias, o corte de pessoal é um desrespeito com os clientes, já que o número de bancários já era insuficiente para assegurar um atendimento digno. Não foi à toa que o banco liderou o ranking de reclamações junto ao Banco Central. No dia de hoje os bancários destas quatro unidades paralisaram suas atividades por 24 horas e a tendência é que este tipo de mobilização aumente. (Fonte: bancariosrio.org.br)