quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O COMENTARISTA DA PALAVRA FÁCIL

O "Comentarista da palavra fácil" nos deixou. Luiz Mendes talvez fosse o último cronista esportivo remanescente da hegemonia alvinegra nesta área. Naquele período, os jornalistas esportivos botafoguenses não negavam sua paixão pelo Clube, mas nem por isso deixavam de lado a ética ou a razão. Exemplo a ser seguido.

Mendes era um desses gigantes. O jornalismo está de luto. O Botafogo está de luto. Quando a diretoria tomou a (feliz) iniciativa de abrir um canal de diálogo com os jornalistas alvinegros, lá estava Mendes. Ele, inclusive, levantou a auto-estima do grupo, que estava abatido com a goleada de 6 x 0 sofrida para o Vasco. "O Botafogo é capaz de reverter esse tropeço e conquistar o título", profetizou o Mestre.
 
 
Luiz Mendes morreu após complicações decorrentes de uma leucemia linfocítica crônica. O comentarista já sofria há muitos anos com o diabetes. Antes de o estado se agravar, Mendes já não saía mais de casa. Mas participava do "Enquanto a bola não rola", mesa-redonda da Rádio Globo aos domingos, e tinha um quadro chamado "Da pelada ao Pelé" no "Globo Esportivo", programa apresentado por José Carlos Araújo nos fins de tarde, de segunda a sexta. Em "Da pelada ao Pelé", Mendes contava suas principais lembranças do mundo do futebol.
 
 
O Botafogo decretou luto oficial de três dias e cedeu a sede de General Severiano para o velório. Luiz Mendes teve uma trajetória intimamente ligada à história do rádio e da TV. Afinal, das 19 Copas do Mundo, participou simplesmente de 16. Ficou fora apenas das de 1930, 1934 e 1938 por ainda ser garoto. Mas em 1950 era o locutor que narrou com a voz embargada o gol de Gigghia no Maracanazo da Copa de 1950, quando o Uruguai bateu o Brasil por 2 a 1 na final e deixou o país em profunda tristeza. Depois, vibrou com a conquista da Copa de 1958, na Suécia. Aquela decisão, para ele, foi o jogo mais marcante.

Vamos sentir saudades do "COMENTARISTA DA PALAVRA FÁCIL", ainda mais com esta safra muito fraquinha. Hoje o jornalismo esportivo, infelizmente, é um oceano de mesmice.

2 comentários:

  1. Parabéns pela homenagem ao Luis Mendes, prezado Vinicius.

    Um jornalista esportivo como poucos em qualquer das mídias, que vai deixar saudades.

    Ouvi Luis Mendes desde a década de 60, e era agradável conhecer o panorama do jogo pelos comentários dele.

    Não participava desse meio em que os jornalistas da área esportiva se especializaram em fazer merchandising de jogadores e técnicos.

    Um gaúcho botafoguense de dar orgulho à torcida alvinegra da Estrela Solitária.

    Trabalhou por mais de 60anos e é um exemplo de vida.

    Foi casado com Daisy Lúcidi por mais de 50 anos.

    Parabéns pela vida, Luis Mendes!

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  2. Parabéns pelo comentário Segio Vianna realmente era umgrande comentarista

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Obrigado pela participação!