A direção executiva
da CUT decidiu ampliar o prazo de votação do Plebiscito Nacional sobre o Fim do
Imposto Sindical, em função da grande repercussão e interesse de trabalhadores e
trabalhadoras de todo o país em participar. O Plebiscito “Diga Não ao Imposto
Sindical”, que terminaria no dia 30 de abril, foi prorrogado para o dia 15
junho.
O fim deste tributo,
que desconta um dia de salário por ano de todos/as trabalhadores/as que têm
carteira assinada, é fundamental para a classe trabalhadora brasileira
conquistar a liberdade e a autonomia sindicais, bandeiras históricas que fazem
parte dos princípios de criação da nossa Central. Já fizemos várias lutas contra
a cobraça. A diferença, este ano, é que a CUT decidiu consultar diretamente os
maiores interessados para saber o que acham do imposto, indo às ruas, falando
com os/as trabalhadores/as em locais de grande concentração como a Central do
Brasil, no Rio de Janeiro, aonde estaremos com a militância CUTista no início de
maio, no centro de São Paulo onde estivemos na semana passada; ou nas portas de
fábricas, de shoppings e em todos os locais de trabalho.
O objetivo da CUT
não é acabar com sindicatos, como andam dizendo sindicalistas de outras centrais
que defendem a manutenção da cobrança, e sim consolidar sindicatos livres,
independentes, autônomos e democráticos, organizados desde o local de trabalho
até os níveis nacionais. O fim do imposto é determinante para isso. E o motivo é
simples: sem esses recursos os dirigentes terão de sair das sedes, ir até as
bases para ouvir os/as trabalhadores/as, negociar, melhorar as condições de
trabalho, de salários, de benefícios, enfim, representar os interesses dos/as
trabalhadores/as como muitos não veem fazendo atualmente.
Foi por isso que
lançamos o Plebiscito pelo Fim do Imposto Sindical, primeira ação da Campanha
por Liberdade e Autonomia Sindicais, no dia 26, em uma assembleia na sede da
Elektro, em Campinas. E no primeiro dia, em menos de uma hora, mais de 500
trabalhadores da empresa já haviam dito “não” ao imposto sindical. A boa adesão
se repetiu em todas as cidades brasileiras onde os nossos dirigentes colocaram
as urnas e pediram à classe trabalhadora para dar sua opinião sobre a
cobrança.
É importante que
fique claro que, em todos os locais onde estamos coletando votos, estamos
explicando que a CUT defende total liberdade aos trabalhadores/as. Ou seja,
defende que eles é que devem escolher a qual sindicato se filiar e como querem
financiar suas entidades. Explicamos, também, que a CUT defende a substituição
do Imposto Sindical por uma contribuição negocial, cujo percentual é definido em
assembleia amplamente divulgada após as negociações e campanhas salariais feitas
pelos sindicatos. Além disso, defendemos a ratificação da Convenção 87 da OIT –
Organização Internacional do Trabalho, que trata de liberdade sindical e
proteção do direito sindical.
Queremos uma lei que
garanta organização no local de trabalho, acesso dos dirigentes aos
trabalhadores para convencê-los da importância de se associar aos sindicatos;
que proíba a criação de entidades sindicais por empresários e acabe com as
práticas antissindicais que ainda existem no país, como por exemplo, patrões que
ameaçam de demissão trabalhadores/as que quiserem se associar a
sindicatos.
A Campanha Nacional
por Liberdade e Autonomia Sindical da CUT vai até agosto do ano que vem, quando
a central completa 30 anos. No próximo dia 30 divulgaremos a primeira parcial
sobre a votação do Plebiscito sobre o Fim do Imposto Sindical, que é a primeira
ação desta campanha.
E no início de
julho, durante 11º CONCUT – Congresso Nacional da CUT que vai escolher a nova
diretoria, lançaremos a segunda fase da campanha cujo objetivo é recolher
milhares de adesões a um abaixo assinado em apoio a ratificação da Convenção 87
da OIT.
Artur Henrique - Presidente Nacional da CUT
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