Neste dia em que as elites e seus capachos estão vibrando e torcendo para o seu capataz, o juiz Sérgio Moro, faça o injustificável, o texto do Rodrigo Perez, nunca foi tão oportuno. Leia abaixo:
"Meus amigos, vou contar uma coisa pra vocês: fico sorrindo que nem homem bobo apaixonado quando escuto o Presidente Lula falar, meio irritado, com aquela linguinha presa:
"Ganhei dinheiro com palestra sim, e ainda digo mais: cobrava o preço do Bill Clinton. Ele não é o melhor que eu em nada."
Lula é o símbolo daquele novo Brasil, entendem?
De um país onde o pobre não era coitado, não falava manso, não dependia da caridade do senhor de engenho.
No Brasil de Lula, o pobre tinha auto-estima, chegava pisando forte, falando de igual pra igual com os leite com pêra.
Lembram da Jéssica do filme? É aquela parada mesmo, daquele jeito:
- Mas Jéssica, você é muito topeduda, se acha melhor que os outros.
- Não me acho melhor não; Só não sou pior.
Acompanhando?
No Brasil de Lula, o Bolsa Família chegava na forma de cartão, com depósito em conta bancária. É impessoal.
Tudo era impessoal, sem depender da caridade de filho da p... nenhum.
É como se Lula tivesse falando pra Casa Grande: "Enfiem a caridade cristã no bumbum, pois é o Estado quem deve amparar essas pessoas".
O Bolsa Família não era caridade. O Bolsa Família era pólítica pública, era o Estado cumprindo seu papel civilizatório.
O Bolsa Família era libertação...
O Bolsa Família transformava o miserável em pobre, trazia o indigente pra luta de classes.
O Bolsa Família dava ao pobre o direito do veto, de dizer "não, não vou roçar o teu lote por vinte reais, não vou limpar a tua privada por comida e teto".
O pobre vai falar "não" sabem por que, amigos?
Porque o básico o Estado dá, e tem que dá mesmo. Ninguém pode depender de outro alguém pra comer.
Que porra é essa? Que merda de mundo é esse?
No Brasil de Lula, o pobre fazia curso técnico, entrava na universidade, era beneficiado por cota.
No Brasil de Lula, o pobre fazia mestrado e doutorado, virava exemplo pros irmãos, pros primos, pros vizinhos.
Geral passava a querer estudar na universidade também.
Entendem?
Basta um para que os outros comessem a desejar.
É isso: o direito de desejar.
A revolução de Lula era ampliação dos horizontes, era a invenção de desejo.
Desejo de conforto material, desejo de ascensão social, desejo de consumo.
É isso mesmo: CON-SU-MO.
Consumo, desejo, fetiche, conforto.
Só quem pôde consumir desde sempre acha que isso não é importante.
O esquerdinha leite com pêra fica lá, assistindo guerra nas estrelas, ouvindo banda de rock irlandês no smartphone, no quartinho na casa dos pais, com trinta anos e sem ter registro no PIS, dizendo "Lula inseriu pelo consumo, isso é pouco".
Te enxerga, playboy! Te situa no mundo, vacilão!
No Brasil de Lula, a senzala estudava medicina, e com direito a cabelo black, todo trabalhado nos arrepio.
O Brasil de Lula era bonito demais.
Lula é muito bonito. Eu acho.
Não se enganem, meus amigos, o golpe quer ver Lula morto não pelos seus erros. Os erros de Lula todos nós conhecemos e só o povo brasileiro, nas urnas, pode julgá-lo.
O golpe quer ver Lula morto pelos seus acertos."
Texto atualizado de Rodrigo Perez, professor de história da UFBA (Universidade Federal da Bahia)
Será que em dia o povo vai perceber o que está realmente acontecendo com o Brasil e com ele?
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