Eu juro que queria ter essas certezas absolutas que leio
em toda parte sobre a tal ditadura de Nicolás Maduro, mas não tenho. E por uma
razão bem simples: são todas enviesadas, tanto pela direita que o odeia como
pela esquerda que o inveja.
O fato é que Maduro, apesar de ser atacado pelos Estados Unidos
sem intermediários, está de pé. A Venezuela não se dobrou, nem mesmo fustigada
por uma crise econômica devastadora, com as consequências sociais que todos
testemunhamos.
O Brasil, pelas mãos de um juiz de primeira instância apoiado
por uma multidão de analfabetos políticos, não só sucumbiu ao um golpe
parlamentar como, de quebra, elegeu uma besta quadrada cercada de lunáticos e
fanáticos religiosos.
É preciso ter em mente que toda a informação que temos sobre a
Venezuela é filtrada pela mídia, a nossa mídia, a pior e mais servil do
planeta. Nela, a Venezuela é uma ditadura porque o presidente domina os poderes
constituídos e as Forças Armadas, sem dar moleza a uma oposição golpista e
entreguista, que ama mais Miami que o país onde mora.
Ou seja, o que o PT foi acusado de fazer, mas não fez, para
desgraça de todos.
Todas as eleições na Venezuela, desde a Era Chávez, portanto, há
quase duas décadas, são realizadas com a presença de observadores
internacionais. Todas.
Na última, foram 200 observadores, sem que nenhuma ocorrência de
fraude fosse notificada. Nenhuma. O voto na Venezuela sequer é obrigatório,
portanto, não há, como ocorre aqui, a possibilidade de criação de currais
eleitorais. Há, sim, gente politizada, principalmente, à esquerda.
A posse de Maduro contou com delegações internacionais de 94
países, além de representantes de organismos internacionais como a diversas
agências da ONU, a Organização da Unidade Africana (OUA) e a Organização dos
Países Produtores de Petróleo (Opep) – da qual ele será o próximo presidente.
Maduro e o povo venezuelano são odiados por gente como Donald
Trump e Jair Bolsonaro. Em 2015, uma patética comitiva de senadores comandada
por Aécio Neves, do PSDB, com gente do naipe de Ronaldo Caiado e Aloysio Nunes
Ferreira, foi a Caracas para criar um factoide contra Maduro. Foram recebidos a
pedradas e tiveram que voltar com o rabo entre as pernas.
Aqui, deixaram essa gente se criar. Agora, com a ajuda de certa
esquerda ressentida, ficam criticando a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, por
prestigiar a posse de Maduro.
Fez ela muito bem.
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