segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

DIFERENÇA ABISSAL NO FUTEBOL CARIOCA

O resultado de dois fatores levou o futebol carioca a ter uma diferença abissal entre os quatro grandes do estado, com o Flamengo colocando uma diferença que vai desequilibrar totalmente a rivalidade existente. A política de distribuição das cotas de TV, com o fim do clube dos 13, patrocinado pela TV Globo, que busca uma espanholização do futebol brasileiro, com privilégios ao Flamengo e o Corinthians, além das gestões amadoras que perdura em boa parte dos clubes.

A culpa disto não é do Flamengo e nem da TV Globo, que buscaram os seus interesses. As gestões administrativas arcaicas e amadoras do Botafogo, Fluminense e Vasco, que se recusam a democratizar e tratarem as gestões como nos anos 60, com dezenas de diretores amadores, que vão cuidar da vida e chegam no clube no final do expediente.

O futebol virou um negócio de bilhões, que envolve paixão e assim deve ser tratado. O profissionalismo em todas as áreas dos clubes precisa com urgência ser implementado, não tem outro caminho a seguir. Quem se recusar, terá pela frente, no mínimo, a extinção da entidade com potência esportiva.

Os números de 2017 - são os disponíveis até agora - demonstram bem esta disparidade no Rio de Janeiro. Juntos (Botafogo, Fluminense e Vasco) tem um endividamento 5,33 maior que o Flamengo. O Botafogo aparece como o clube mais endividado do país. Entre os cinco mais encalacrados, estão, além do Botafogo, Fluminense e Vasco. A dívida do Botafogo estava em R$ 719,1 milhões, do Fluminense em R$ 560,6 e o Vasco em 505,9. O Flamengo estava em 2017, com um endividamento de R$ 334,6.

A diferença entre o endividamento dos três grandes em relação ao Flamengo, só fez aumentar nos últimos anos, causado pela forma de gerir os clubes e pelo aumento da diferença no faturamento, onde as cotas de transmissões tem grande peso. Mesmo com o novo modelo de distribuição das cotas de transmissões, a diferença só deve aumentar. Será o efeito "bola de neve", mais audiência, mais exposição, que trará mais patrocínio, com o consequente aumento das arrecadações.

O faturamento do Flamengo, em 2015, era de 73,62% em relação aos três clubes. O rubro-negro teve R$ 356,2 e o trio R$ 483,8 milhões (Vasco R$ 189,7 / Fluminense R$ 180,3 / Botafogo R$ 113,8). Em 2016, aumentou para 76,52%, com o Flamengo conseguindo um faturamento de R$ 510,0 e o trio R$ 666,5 milhões (Fluminense R$ 293,1 / Vasco R$ 213,3 / Botafogo R$ 160,1). Em 2017, o Flamengo quase empatou o faturamento, chegando a 92,44%, com R$ 648,7 milhões e os três demais clubes, com R$ 701,7 (Botafogo R$ 264,3 / Fluminense R$ 245,9 / Vasco R$ 191,5).  

Para percebemos a importância das cotas de TV no faturamento geral dos clubes, este item ficou em 42%, enquanto publicidade, patrocínios, bilheteria e sócio torcedor redeu 30% do total do faturamento, isto na média dos clubes.

O Flamengo acabou de concretizar as contratações do Gabigol e Arrascaeta, seus salários extraoficiais estão, juntos, na casa de R$ 3,3 milhões/mês, dando um total de R$42,9 milhões/ano, sem os impostos. Esta conta pode chegar a mais de R$ 70 milhões/ano. Isto chega próximo o que Botafogo, Vasco e Fluminense devem gastar com as folhas do futebol.

Não tem saída, os três clubes precisam para de olhar para si mesmo e passar a negociar coletivamente parte de seus interesses, principalmente as cotas de transmissões.  Botafogo e Fluminense precisam para com a burra disputa de quem será a terceira força do Rio e o Vasco parar de achar que será o segundo e terá condições de sozinho de brigar contra o poderio do Flamengo, que tem por trás os interesses da poderosa Organizações Globo.

Precisam ser articuladores de um movimento que pode ser nacional, incluindo Cruzeiro, Atlético/MG, Grêmio, Santos, Internacional, Bahia, Sport, Atlhético/PR, Coritiba, até Palmeiras e São paulo, além de clubes de outras regiões. façam isto ou serão engolidos e transformados todos em clubes médios, podendo se salvar um ou outro.  

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