quinta-feira, 4 de agosto de 2011

UM TIME, UMA TORCIDA

O Santa Cruz FC de Pernambuco e a sua apaixonada torcida passam por momentos difíceis, hoje o time está na Série D do Campeonato Brasileiro (quarta divisão). Mesmo conquistando o Campeonato Pernambucano de 2011, o sofrimento ainda é grande. A luta de uma brava torcida para trazer a sua grande paixão de volta a primeira divisão do Campeonato Brasileiro emociona a todos.


No jogo contra o Guarani-CE, a torcida do Santa Cruz bateu o recorde de público da Série D, com 42.584 pessoas no Mundão do Arruda. É uma multidão acompanhando os jogos do Santa Cruz em todos os estádios. Quando a equipe vai jogar fora de casa, são milhares de torcedores nas estradas atrás do time. Realmente a torcida abraçou o time.

Se vocês pensam que este é o pior momento do Santa Cruz FC, então vejam a história abaixo:

SANTA CRUZ ENFRENTOU DOENÇAS E HOMICIDAS PARA JOGAR NA AMAZÔNIA
Parece história de exploradores, mas os acontecimentos fazem parte do que seria uma simples excursão do Santa Cruz à Amazônia, em 1943. O time faria alguns amistosos no norte para arrumar alguns trocados, mas no final foram duas mortes, dezenas de enfermos e três meses de uma aventura arriscada Brasil adentro.

Quinze dias de viagem

A excursão foi em plena Segunda Guerra mundial e a embarcação da equipe teve que ser escoltada às escuras pela Marinha até Belém. Fizeram três jogos e depois seguiram para Manaus num navio que rebocava um batelão com alimentos. A viagem era para ser rápida, mas durou 15 dias – um grupo de índios nada simpáticos e bem armados sequestrou a tripulação para roubar a comida.

Morte de dois jogadores

Após os jogos em Manaus, parte dos jogadores foi acometida por uma infecção estomacal das bravas. O goleiro King e o centroavante Papeira foram diagnosticados com febre tifoide no barco, que seguia de volta a Belém. Os dois atletas voltaram a entrar em campo num jogo contra o Remo. Mas viria o pior. Dois dias depois, King morreria; no dia seguinte, seria a vez de Papeira.

A volta para casa com homicidas

Chegou a hora de voltar para casa. Mas, devido à guerra, o governo proibira o tráfego marítimo. Somente três semanas depois a viagem foi liberada e a delegação conseguiu se encaixar num navio para Pernambuco, com escala de quatro dias em São Luís. Com pouco dinheiro, os jogadores viajaram de terceira classe, ao lado de 35 perigosos homicidas deportados para o Maranhão.

Em São Luís, o clube se viu obrigado a entrar em campo para levantar alguma grana. Até o cozinheiro teve de vestir camisa de titular para compensar as baixas. Jogo feito, zarparam rumo ao lar, doce lar. Só que, quase no litoral do Ceará, o comandante recebeu a notícia de que submarinos alemães impediriam a passagem, e decidiu retornar ao Maranhão.

O trem descarrilhou e jogador esfaqueado

Os exauridos jogadores resolveram então voltar para casa por terra, pegando carona num trem de carga até Teresina – que atrasou a viagem por descarrilar duas vezes. Na capital do Piauí, fizeram um amistoso em troca de comida. Um dos jogadores foi esfaqueado na zona do meretrício. Só então entraram num ônibus até Fortaleza, de onde conseguiram, enfim, chegar a Pernambuco, dando fim à aventura.

Todos em Pernanbuco dizem, se o clube foi capaz de sobreviver a essa epopeia – exceção feita a King e Papeira –, voltar à primeira divisão é uma questão de tempo, ainda mais nos braços da sua apaixonada torcida.

Fontes: Revista Almanaque Brasil e site do Santa Cruz FC

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela participação!