sábado, 18 de fevereiro de 2017

O SOFÁ NÃO PODE SER MAIOR QUE A ARQUIBANCADA

As cenas de vandalismo no último domingo nos arredores do Estádio Nilton Santos é uma faca no coração de quem gosta de viver as emoções do futebol. A rivalidade, infelizmente, virou "banditismo" e só cresce a cada ano por causa da ineficiência do poder público em identificar, julgar e prender os marginais.

Falo que são marginais aqueles que só vão aos estádios para brigar e até matar. Não sou daqueles que aponta o dedo e diz que todos os torcedores organizados são bandidos, mas todos precisam ser vigiados e controlados. Quero a festa das organizadas e não a violência.

Faço algumas perguntas: Cadê a imprensa para acompanhar as investigações sobre o assassino que matou o torcedor do Botafogo? Cadê a Polícia que não responde a sociedade sobre o assassino do torcedor? Será que a impunidade vai vencer novamente?

Estava no estádio e quase a violência desses vândalos me atingiu. Cenas que a imprensa não divulgou, como famílias inteiras sendo agredidas e roubadas. Assisti mulheres com a camisa do Botafogo ficando só de sutiã, crianças tomando tapa, pais perdendo relógios e carteiras e o pior, se isto existe, um cadeirante sendo jogado no chão e sua cadeira de rodas roubada para servir de armar contra o adversário.

Com toda esta violência o futebol vai perdendo força na população brasileira, pesquisas já demonstram isto. Hoje, quem não tem time é a "maior torcida do Brasil". Se contarmos os torcedores que não querem mais pisar nos estádios, por causa da violência, ficam apenas uma minoria, como eu, que ainda insiste de acompanhar a sua grande paixão.

O torcedor está se acostumando com o sofá e deixando os estádios de lado e quem ganha com isto é a TV, e quem perde é o futebol e os clubes. O Botafogo teve e continuará tendo um grande prejuízo financeiro, por causa da violência nos estádios. 

No jogo contra o Colo Colo pela Copa Libertadores, 38 mil torcedores foram ao estádio, depois das cenas domingo, apenas 28 mil compareceram no jogo contra o Olímpia. O clube perdeu na renda, nas vendas de produtos nas lojas, no consumo dentro do estádio e diminuiu a velocidade da adesão ao programa de Sócio Torcedor, que teve uma grande alavancada no início deste ano.

Até quando vamos falar de profissionalismo, se tratamos o futebol com tanto descaso. Os parceiros no mercado não querem vincular suas marcas a violência e ao amadorismo. O futebol brasileiro é forte e tem força para reagir, os clubes precisam se unir e apresentar um projeto sério e profissional para a sociedade. A TV não pode olhar apenas para os seus interesses na audiência e a violência não pode vencer a paixão.

O bem não pode vencer o mal e o sofá não pode ser maior que a arquibancada.  

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