terça-feira, 7 de outubro de 2014

TEXTO DO MANNO GÓES

Achei o texto do Manno Góes super interessante e resolvi publicar aqui no Blog. Leia e faça sua reflexão. Sua biografia está no final do texto.
Manno Góes
O PSDB NÃO SABE O QUE É ISSO: FOME
Meu voto é o do Brasil que não vê espelho na Veja.
Do Brasil preto. Do Brasil gay. Do Brasil da favela. Do Brasil do Nordeste. Do Brasil que mudou e você não viu.
Do Brasil do meu caseiro, que encontrou oportunidades de expandir seus conhecimentos.
Do Brasil que sabe da importância do Bolsa família.
Tenho vergonha dos meus seguidores que falam que não votam no PT por causa do bolsa família. 
Eles não sabem o bem que isso fez ao país.
Nem sabem que todos os candidatos admiram o programa.
Tenho vergonha dos que querem comparar o bolsa família ao projeto, parecido, porém menos abrangente, do PSDB de FHC. Que atingia menos de 3% dos beneficiados de hoje.
Não queiram comparar, porra.
E se não sabem o que é bolsa família, não compartilhem recibos fakes que mentem sobre a importância deles. Coisa de idiotas.
Viva o bolsa família!
Numa conversa entre FHC e Cristovam Buarque, político e educador que admiro, recentemente, o Cristovam perguntou a FHC: "o que faltou pra que seu governo fosse reconhecido como o pai do bolsa família, porra?". FHC respondeu: "Publicidade".
Poderia ter sido uma resposta inteligente, não fosse a tréplica de Cristovam: "Não, caralho. Publicidade uma caceta! Faltou prioridade! Prioridade!!"
Foi nisso que Lula foi genial.
Ele percebeu o que era essencial, fundamental.
Aprimorou o programa de assistencialismo do PSDB e o transformou nessa maravilha que é o bolsa família.
Tenho vergonha alheia dos que julgam o programa sem nada saberem dele.
Das que ganham bolsa-divórcio, bolsa-mesada, bolsa-esposa, bolsa-marido, bolsa- papai e reclamam dele.
Não sabem como deve ser escroto viver com 77,00 reais por mês. 
Pra sobreviver. Pra não morrer de fome.
O PSDB não sabe o que é isso: Fome.
Aécio não sabe. Mas promete expandir o programa se eleito for. Dobrar o número de beneficiados. Porque não falava isso antes?
Aécio não sabe o que é fome. O partido dele sempre cagou pro nordeste. Os eleitores dele riem dos que votam nele aqui no Nordeste. Aécio não sabe o que é fome.
O nordestino sabe. E não esquece como era a vida deles antes de Lula.
Por isso Dilma vai vencer de novo. E São Paulo vai estrebuchar de novo.
Nordestino que vota em Aécio tem que ir pra escola, pra igreja ou pro médico.
Pra escola, pra aprender como era sua região antes de Lula.
Pra igreja, pra pedir perdão a Deus.
Pro médico, pra ver se tem problema de memória.
Gosto, adoro, amo, ver filhos de metalúrgicos, de pedreiros, de eletricistas, de lixeiros progredindo.
A Dinamarca venceu assim. A Suécia também. Só há essa interpretação de sub-emprego em sub-países, como o nosso.
Aqui é pecado trabalhar em bar. Ser garçom. Ser arrumadeira de hotel. Ser motorista. Nossa educação burra, portuguesa, medíocre, nos fez crescer com essa interpretação.
Adoro ouvir as queixas dos meus amigos que odeiam pretos. Amigos que reclamam do sistema de cotas. É uma oportunidade que eu tenho de falar pra eles sobre o ponto de vista que eles também nunca tiveram acesso.
Antes de Lula havia um muro que dividia o Brasil em dois.
Esse muro caiu.
Porque nessa loucura toda política que vivemos, há um aspecto curioso e fascinante permeando o diálogo: assim como os menos abastados tiveram poucos acessos ao mundo dos mais sofisticado, literário e culto, os mais abastados também conviveram muito pouco com a percepção de realidade do mundo dos de menos acesso e de menos condição. Há uma herança intrínseca e escravocrata nessa nossa burguesia podre, velha, burra, ridícula e ultrapassada.
O Brasil cansou de reis de camarotes.
O Brasil está mudando.
Adoro ver uma galera se rasgando de ódio porque acreanas, seringueiras, metalúrgicos, pedreiros e caseiros estão se aproximando do direito de viverem cada vez mais, com mais dignidade e alegria, ao lado de seus filhos.
Por isso meu voto é simples e direto: "Não" a Aécio. "Não" ao que ele representa e trás, talvez sem nem ter culpa, por detrás dele.
Sou a favor das conquistas dos nordestinos fodidos, sofridos, guerreiros do sertão.
Sou a favor das causas gays. Do casamento civil igualitário.
Sou a favor das cotas. Sou fã da música preta, dos pretos e de sua história. E nossa galera branca quer falar merda dizendo que oferecer cotas é discriminar. Não é. Leiam "um defeito de cor". Sintam na pele cada dificuldade. Depois venham aqui com suas bolsas prada discutir cotas.
Sou a favor do bolsa família.
Sou a favor da discussão séria sobre aborto.
O jogo mudou.
Sua cegueira não te deixou perceber ainda que seu mercado de negócios ampliou; não reduziu.
Adapte-se, camaleoa.
Adapte-se a uma coisa boa.


Para quem não conhece o Manno Góes, vai a sua biografia.

Emmanuel Góes Boavistamais conhecido como Manno Góes (Salvador16 de novembro de 1971) é um vocalista e baixista de axé, que toca no Jammil e Uma Noites. E tem atualmente como parceiro, o cantor (Levi Lima).
É o compositor principal da banda. Já compôs grandes sucessos do carnaval de Salvador, como: Tchau, I Have to Go NowÊ SaudadeOnde Tem Balada (essa composta por ele e Jorge Zarath); PraieiroDe BandejaMillaPra Te Ter Aqui entre outros.
Em Junho de 2009 viajou para Los Angeles, para gravação de um cd solo, como projeto paralelo, com músicas pop rock. São 12 músicas inéditas, todas de sua própria autoria, sendo 8 gravadas em um famoso estúdio, preferido por grandes astros da música mundial, como Madonna e Linkin Park, o NGR.
Teve a companhia do baterista John Jr Robinson, que já tocou com Stevie Wonder, Quincy Jones, Paul McCartney, Lionel Ritchie, James Taylor, dentre outros.
As outras quatro faixas foram gravadas no Rio de Janeiro, com participação de amigos pessoais do baixista, como Coelho (guitarrista do Biquini Cavadão), Yves Passrel (guitarrista do Capital Inicial), Beto Espínola (guitarrista da Jammil e Uma Noites), Tiago Occilupo (tecladista do Jammil e Uma Noites), dentre outros.

A produção musical do CD tem a assinatura do experiente Torcuato Mariano, guitarrista argentino radicado no Brasil, que traz na bagagem, trabalhos com Djavan, Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Cazuza, e muito mais.

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