terça-feira, 17 de março de 2015

A MANIFESTAÇÃO DO ÓDIO, DO PRECONCEITO DE CLASSE E DO GOLPE

Também foi o dia do programa de TV do PSDB
O que vimos nas ruas no último domingo (15/03), foi um misto de ódio, preconceito de classe e insatisfação com a política econômica, infelizmente, a mesma do candidato derrotado e que teve a maioria dos votos desses manifestantes.

Manifestação em Copacabana
Manifestação em Copacabana
Mas a leitura precisa ser mais profunda. O que está em jogo agora no Brasil é o tudo ou nada para as elites brasileiras, que querem recuperar o poder para paralisar o processo de inclusão social, que elegeu Lula e Dilma duas vezes. Com a crise econômica, a parte de cima da pirâmide disse ao governo que não vai aceitar pagar a conta por causa da crise. Quem pagará então? A resposta todos nós já sabemos, a classe trabalhadora. Isto é que a Dilma não pode fazer.
Intolerância: Sede do PT de Jundiaí foi atacada
As elites e a grande mídia não querem resolver o problema da corrupção, não querem a Reforma Política. Afinal assim é melhor eleger seus representantes, é só olhar a composição do Congresso Nacional.  Na verdade, querem é evitar que o caso do HSBC, o "suiçalão", onde os grandes barões da mídia e seus familiares estão envolvidos, não sejam apurados. Eles não querem a continuidade do processo de inclusão social, porque isto estaria tirando "direitos" de seus filhos nas universidades públicas e nas vagas dos bons empregos. Afinal, as elites tratam algumas profissões como "reserva de mercado" para a sua prole. E o mais grave, estaria reforçando o projeto para o Lula voltar em 2018.

O jogo agora é a vera e pesado, não tem mais essa de esconder que é oposição ao governo. O que a Globo News, a TV Globo e outros canais de comunicações fizeram no domingo, foi um absurdo de quem tem uma concessão pública. Caiu a máscara da imprensa independente e foi tudo muito bem planejado.
Imagem para não esquecer
O calendário foi todo montado para o dia de aparição do PSDB na TV, com praticamente todas as manifestações acontecendo na parte da manhã, para bombar a tarde em São Paulo. Isto sem falar que na capital paulista, as roletas do metrô foram liberadas, numa ação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e até a tabela do Campeonato Paulista, que é transmitido pelo grupo Globo, foi alterada. O jogo entre Palmeiras e XV de Piracicaba, aconteceu às 11 horas. O Corinthians jogou no sábado, o São Paulo foi a Campinas e o Santos à cidade de Marília. A PM do governo tucano, contabilizou mais de 1 milhão de pessoas na Avenida Paulista, mas o Grupo Folha e logo ele, contabilizou 210 mil manifestantes. Tudo muito bem pensado.

As mães que buscam seus filhos desaparecidos na ditadura militar
Agora o governo Dilma tem que pensar bem para onde apontar a sua política econômica. Ou para os milhares de manifestantes que foram às ruas pedindo sua cabeça, ou para beneficiar aqueles que a elegeram e que estavam descuidados até o presente momento. Dilma precisa se fortalecer politicamente com o seu eleitorado, continuando a política de inclusão social, de valorização do salário e não entrar nesta "balela" que salário é inflacionário, pois isto o governo Lula já provou que não é. Saia desta receita neoliberal-tucana ou eles mesmo vão cortar a sua cabeça com um único golpe.

Essas manifestações não foram a "vitória da democracia" como os âncoras da Globo tentavam passar e, sim, o fortalecimento do ódio daqueles que não querem democracia. E, principalmente, a política da negação e que buscam de qualquer forma, até através de um golpe pedindo saída de uma presidenta legitimamente eleita, com apenas três meses de mandato e nada depondo contra ela. ISTO É GOLPE SIM! Vale lembrar, que numa ditadura, não haveria uma manifestação como esta. 

3 comentários:

  1. Vinicius, nunca vi tanto ódio em manifestações no Brasil como essas. Ódio de classe e fomentado pela mídia. Se continuar assim vamos ter enfrentamentos nas ruas.

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  2. Boa Vinícius. As nossas lideranças na Câmara e no Senado, poucos falam com firmeza, convicção e em defesa do que já foi implementado para os mais necessitados e classe média. Perdemos muitos quadros importantes e não os substituímos. O PT veio para mudar para melhor a educação, saúde, habitação com mais velocidade. É isso que Dilma tem fazer, mas alguns rançosos da assessoria, medram e fazem a presidenta recuar (é uma discussão interna, muito longa, porque inclui também o fator previdenciário, o imposto para as grandes fortunas, aumento do salário mínimo, as OSs, que absorveram parte dos parlamentares petistas e autonomia para os núcleos, que muitos da cúpula temem etc). A nossa 'dinâmica' está lenta e a mudança tem que ser imediata, com competência, é claro.

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  3. O PT erra ao não criar novas expectativas para o seu eleitorado, não dá continuidade ao processo de inclusão e de manter o Joaquim Levy na fazenda. Afinal ele, em pouco tempo, irá destruir tudo o poder aquisitivo do Salário Mínimo e do Trabalhador em geral. Ai já será tarde para trocar!

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