terça-feira, 20 de junho de 2017

OS REAIS OBJETIVOS DO GOLPE NO BRASIL

A partir de 2003, o Brasil passou a viver um processo virtuoso de distribuição de renda, diminuindo as desigualdades, a pobreza, o analfabetismo, democratizando o acesso as universidades e aumentando a inclusão social, parecia que o país iria entrar no grupo dos países desenvolvidos.

O EGOÍSMO DA CLASSE DOMINANTE


Mas o egoísmo da classe dominante brasileira é tanto, que incomodava a presença de pessoas que jamais eles tinham sequer chegado perto, a frequentar os mesmo lugares, como aeroportos, bares e restaurantes, além de seus filhos passarem a estudar com os filhos do povo mais pobre. Isto foi imperdoável!


O crescimento econômico também incomodava outras economias, que viam a brasileira apenas com um local onde pudessem ter a matéria prima e a mão de obra barata. 

O COMEÇO DA GRANDE ARTICULAÇÃO

Começou então uma grande articulação, com a máscara de combate a corrupção, que não é de um governo, e sim de um sistema que opera no Brasil a 500 anos, para derrubar o governo que vinha priorizando as pessoas, em detrimento do mercado financeiro.


Em 2007, o Brasil descobre petróleo na camada chamada Pré-Sal, estimada em R$ 20 trilhões, seria a independência e o passaporte para o futuro. O que fez o governo que priorizava as pessoas, aprovou que todos os recursos que viessem do Pré-Sal, seriam destinados ao desenvolvimento da educação e da saúde pública. O petróleo do Pré-Sal é 100% nacional, aprovado nas discussões do marco regulatório.


O APROVEITAMENTO DA CRISE ECONÔMICA

Em 2010, começou uma série de denúncias sobre corrupção na máquina pública, que era financiado pelas empreiteiras, e ai começou o processo chamado Lava-Jato. Ao mesmo tempo, a crise econômica internacional crescia, principalmente na Europa, com a crise do Euro. No mesmo período, o Brasil anuncia que pagou toda sua dívida externa, que tinha com banqueiros internacionais e assim se livrou da batuta do FMI, e isto desagradou o sistema financeiro internacional, principalmente o americano, que tinha dinheiro fácil com os juros da dívida brasileira.

Em 2012, denuncias de espionagens da NSA sobre a presidenta Dilma Rousseff e os principais diretores da Petrobrás.

MOMENTO VIRTUOSO E ATAQUES BRUTAIS


Em 2013, A taxa básica de juros, cai para 7,25%, o menor patamar da história. O IBGE, registra pela primeira vez na história, o pleno emprego no Brasil, ou seja, uma taxa de 4,75% de desempregados. Podia se dizer que quem procurava emprego achava. Mesmo com toda boas notícias, a grande mídia brasileira, controlada por apenas seis famílias bilionárias, começou a incentiva grandes manifestações de rua, com o slogan de combate a corrupção. Em menos de três meses, aprovação da presidenta Dilma, cai de 80% para 40%, isto meses antes das eleições.

NÃO ACEITARAM A DERROTA NAS URNAS



Em 2014, vem a primeira fase da Lava Jato e a presidenta Dilma Rousseff se reelege por uma pequena diferença de votos. Os derrotados, depois de toda campanha contra, não aceitam a derrota e buscam destabilizar o governo com ações na judiciário, legislativo e um "bombardeio" no noticiário jornalistico, em todos os grandes meios de comunicações, com único objetivo de derrubar o projeto político em curso, e não a falada luta contra a corrupção. Afinal, agora apoiam um governo realmente corrupto, e querem trocá-lo apenas para implementar o projeto que foi derrotado nas urnas em 2014.

AS MANIFESTAÇÕES DE RUA

Era preciso criar algumas entidades que pudessem legitimar todo este processo de mobilização das ruas. Criaram então, o MBL, Vem Pra Rua, Revoltados Online e Nas Ruas, que passaram a liderar chamamento das manifestações, com a mídia fazendo a grande cobertura. As panelas batiam, são as mesmas que hoje estão guardadas em silêncio profundo.

O EDUARDO CUNHA E O CONGRESSO


Na outra parte, o corrupto do Eduardo Cunha paralisou a Câmara dos Deputados, e nada do governo mandava de projeto para enfrentar a crise econômica, era aprovado. Assim a crise e o desemprego aumentaram e a popularidade da presidenta caia mais. O cenário para a derrubada da presidenta e do projeto que se iniciou em 2003, estava pronto.

Hoje, ouço muita gente dizer, que nada disto estaria acontecendo se a Dilma tivesse feito um acordo com o Eduardo Cunha. Então ela foi derrubada pelas suas virtudes e não pelos seus defeitos.

A MÍDIA AUMENTA A NARRATIVA DA CRISE


Ainda em 2015, em plena crise, os empresários param de investir, a mídia aumenta e alimenta a narrativa da crise, que agora ela tenta esconder, inclusive mentindo, dizendo que o país está dando demonstrações de crescimento. Foi aprovado no Congresso, a PEC da Bengala, que impediu a Dilma de indicar novo membro para STF.

Entrando em 2016, a operação Lava Jato, chega no centro do governo federal, em especial ao partido dos trabalhadores. O STF se cala no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

DA MORTE DO MINISTRO, A ENTREGA DO PRÉ-SAL


Em 2017, morre num acidente estranho, o ministro do STF, que vinha sendo contra ao processo seletivo da Lava Jato, de investigar apenas partidos e pessoas ligadas ao governo, poupando a oposição. Logo após a morte do ministro, Temer indica um tucano para o seu lugar no STF. Governo muda o marco regulatório do Pré-Sal e entrega nossas riquezas as petrolíferas internacionais. Aprova o fim da educação universal e do Sistema Único de Saúde-SUS. Colocam em debate no Congresso Nacional, as Reformas da Previdência e Trabalhista, além de aprovarem a PEC da Terceirização, que praticamente acaba com a carteira de trabalho. Não satisfeitos, fatiam uma das maiores empresas de petróleo do mundo, a Petrobrás, preparando a sua entrega ao capital internacional. 

Ainda houve a troca do Comando Militar, por um mais adepto ao processo "linha dura", preparando a repressão as manifestações de ruas que estavam por vir. Afinal, a classe trabalhadora e suas entidades de representação, não poderiam ficar calados com todos os ataques aos seus direitos elementares, como trabalhadores.

ATAQUES A QUEM RESISTE A ENTREGA DO PAÍS AO CAPITAL INTERNACIONAL


Roda no Congresso um Projeto de Lei  que modifica a data das eleições no país, passando de 2018 para 2020. Brasil volta a realizar exercícios conjuntos na Amazônia, com os EUA. Nas manifestações contra as reformas, manifestantes são presos e agredidos covardemente em todo o país. Índios sofrem chacinas e atacam diversas lideranças sindicais.

Os trabalhadores do Brasil, realizam a maior Greve Geral da história, contra o governo golpista e as reformas. Estamos ainda no meio do ano de 2017 e muita coisa ainda vem pela frente. Mas a verdade é que boa parte da população ainda não percebeu o que está em curso no país. Hoje o trabalhador busca a sua sobrevivência diária, nem consegue ter tempo para pensar em reagir aos ataques. 

DE VIRA-LATA, A INDUTOR


De 2003 até 2014, o Brasil passou a ser um país que estava disputando espaço na economia global, com diversas empresas comprando multinacionais, inclusive em território americano. O Brasil sair da política econômica vira-lata, para um país concorrente, desagradou muitos poderosos do capitalismo mundial, que olham para a nossa nação, apenas como forma de aumentar sua exploração e suas riquezas. Era preciso fazer algo e fizeram, agora o Brasil vem sendo entregue a preço de banana, como sempre foi em quase toda a sua história.  


Mas não vejo outra saída a não ser resistir e fazer o povo acordar, antes que seja tarde demais e a classe dominante passe a ter mais riqueza e o povo fique ainda mais pobre.     

Entendeu ou precisa desenhar?

Fonte: texto do Fernando Horta Professor de História da UNB

Um comentário:

  1. Carlos Alberto Ribeiro20 de junho de 2017 às 16:59

    Quem paga a conta é o trabalhador e também por culpa dele, de acreditar na Globo

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