E AINDA VEM MAIS POR AÍ

A aprovação da PEC 55, além de ser um grande retrocesso, coloca em jogo alguns dos principais instrumentos de justiça social no país: os gastos com saúde e educação. Limitar por 20 anos investimentos nessas áreas é negar um futuro para os jovens e bem-estar para toda a população que precisa contar com a saúde pública.

Desde que o golpe foi dado, esse governo ilegítimo mira sua artilharia contra o trabalhador e as pessoas mais pobres. Com isso, o caminho fica livre para a iniciativa privada tomar conta da saúde e da educação no país.

A contenção de gastos imposta pela PEC deverá provocar a paralisação ou redução dos investimentos públicos em infraestrutura, educação e saúde por duas décadas e isso não ajuda na retomada da economia. Ao contrário, poderá agravar a situação.

Por que não optar por um caminho diferente e taxar, por exemplo, as grandes fortunas? O Brasil ainda engatinha nesse assunto. Enquanto por aqui isso causa arrepios na elite e na classe política, muitos outros países, como o Chile, por exemplo, aumentaram a tributação dos mais ricos. Esse é o caminho que o governo deveria seguir para ajustar suas contas e retomar o crescimento e não diminuir drasticamente por duas décadas, os investimentos em áreas prioritárias.

A velocidade que o Projeto de Emenda Constitucional tramitou na Câmara e no Senado impressionou e deixou claro, mais uma vez, a que veio este governo. As elites assistem de camarote a essa afronta ao povo e comemoram seus mandos e desmandos serem aprovados pelos seus pares no parlamento numa velocidade nunca vista antes na história desse país. Ao povo resta a luta.

A aprovação da PEC 55, um mal irreparável, chamou atenção da Organização das Nações Unidas para a Pobreza Extrema e os Direitos Humanos. A ONU emitiu comunicado afirmando que o projeto é um erro histórico que irá provocar retrocesso social.

Enfim, o que esperar de um governo golpista com uma equipe mergulhada até o pescoço em acusações de corrupção? Infelizmente, a democracia foi interrompida para dar lugar a um projeto neoliberal e truculento, onde para os ricos tudo, e para o povo nada.

Como a sede deste governo de retirar os direitos trabalhistas é grande e o roteiro do golpe precisa ser cumprido num curto espaço de tempo, vamos nos preparar, porque vem aí a reforma da Previdência em que, mais uma vez, o trabalhador será garfado.

Adriana Nalesso – Presidenta Sindicato dos Bancários Rio

Fonte: Bancários Rio