Um estudo inédito, Terrenos da Desigualdade: Terra, Agricultura e Desigualdades no Brasil Rural, demonstra o quanto o Brasil Rural é injusto. Quase metade da área rural brasileira pertence a 1% das propriedades do país. As acima de mil hectares (0,91%) concentram 45% de toda área de produção agrícola, de gado e plantação florestal.
As propriedades menores que 10 hectares representam cerca de 47% do total das propriedades, mas ocupam menos de 2,3% da área rural total. Mas essas pequenas propriedades produzem mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro, já que as grandes monoculturas exportam boa parte da sua produção.
Os municípios onde tem a maior concentração de terra nas mãos de alguns poucos, as grandes propriedades, a pobreza é maior, demonstra o estudo.
A concentração de terra também contribui para incidência do trabalho escravo, foram onde aconteceram 83% das atuações do Ministério do Trabalho, entre 2003 e 2013.
Dados do Incra, mostram que apenas 729 pessoas fisícas e jurídicas que se declaram proprietárias de imóveis rurais, tem uma dívida de mais de R$ 50 milhões cada, com a união, chegando a incrível quantia de R$ 200 bilhões. Este grupo que deve a união, tem área suficiente para assentar quase 215 mil famílias. Isto é quase o dobro das famílias que esperam pela Reforma Agrária.
Os dados demonstram o quanto o Brasil é injusto na área rural e que é possível fazer a Reforma Agrária, tão necessária, para que o país seja um pouco mais justo no campo.
O Brasil atual, infelizmente, está a serviço das elites em todas as esferas de poder. Seja no campo ou na cidade, seja no judiciário ou no legislativo, tudo é voltado para atender apenas um pequeno grupo de privilegiados e abastardos.
Fonte: Correio do Brasil
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