segunda-feira, 18 de março de 2013

DE CRISTO À COCA

O americano Martin Kemp, professor de História da Arte da Universidade de Oxford, acaba de lançar o livro “Christ to Coke” (em português, “De Cristo à Coca”), ainda inédito no Brasil. Nele, Kemp faz uma análise histórica de marcas “mega-famosas” e seu poder de permanência na sociedade ao longo de gerações. Um dos capítulos é dedicado à Coca-Cola, o refrigerante mais consumido do mundo.
 
A Coca-Cola foi formulada pelo farmacêutico norte-americano John Stith Pemberton, com o objetivo de aliviar as dores das feridas que sofreu durante a Guerra Civil. Ele já estava viciado em morfina, e procurava uma fórmula mais leve que, proporcionando sensação de alívio semelhante, o livrasse do perigoso hábito. Em 1869, Pemberton inventou a “French Wine Coca” (em português literal, “coca de vinho francês”), que continha álcool e… cocaína.
 
Na época, o extrato não era ilegal ou considerado droga – era um estimulador potente do sistema nervoso central, usado por índios nativos americanos. Em 1885, o álcool foi retirado da bebida, por pressão do governo local. Para substituí-lo, Pemberton adicionou extrato de noz-de-cola e xarope de açúcar. Em 1886, a bebida foi batizada com o nome de Coca-Cola – afinal, seus principais ingredientes eram cocaína e noz-de-cola.
Inicialmente, a Coca-Cola era vendida em copos, enchidos diretamente da fonte de produção. Pemberton prometia uma série de benefícios e curas aos consumidores. O sucesso do “santo remédio” foi tanto que, em 1894, iniciou-se a produção em garrafas. Nessa época, os direitos da marca já tinham sido vendidos a Asa Candler, que ficou milionário ao provar que a bebida tinha grande potencial de mercado.
 
A cocaína teria sido retirada por volta de 1905 (36 anos depois de sua invenção), época em que as autoridades de saúde começaram a questionar a segurança do ingrediente. Com a substituição da droga por uma dose extra de cafeína e ainda mais açúcar, foi lançado o slogan “Coca-Cola: renova e sustenta”. Antes disso, o refrigerante usava: “Coca-Cola: o tônico cerebral ideal”.
 

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