Texto retirado na íntegra do site Tijolaço, que retrata bem a violência da polícia Militar paulistana contra os estudantes. Veja abaixo...
Não posso fazer melhor que meu professor, Nílson Lage, que tem mais de meio século dedicados ao jornalismo e à educação de jovens.
Então, reproduzo sua indignação não só com a violência contra a garotada paulista – e já-já com a carioca, também, que está na mesma batalha – como com o asqueroso comportamento da mídia diante disso.
É duro saber que jovens profissionais (?), que ainda outro dia estavam nas salas de aula, prestem-se a cúmplices desta brutalidade, por esconde-la atrás de frases que não são só uma desonestidade profissional, mas uma vergonha humana: “não houve confronto”.
Mesmo quando a imagem que ilustra seu texto é a de uma menina sendo arrastada…
A baixeza
(*) Nílson Lage
Essa matéria é um exemplo do nível de baixeza a que chega a mídia brasileira.
Da primeira à última linha, a defesa da violência, a desculpa para a a estupidez, a promoção de uma polícia de celerados.
Será assim, agora.
Eles contam com o enorme efetivo de meganhas a que se juntam, solidários e acomodados, os vermes das redações.
Há feridos, um jornalista inclusive. Jovens foram arrastados.
Mas o canalha que escreveu afirma que “não houve confronto”.
Saiu na editoria de educação, não de polícia.
Como pode ser que mudem o texto, eis o que li:
Um grupo de estudantes foi arrastado para fora da sede do Centro Paula Souza na manhã desta sexta (6) por policiais militares. A PM cumpria reintegração de posse do prédio que estava ocupado por secundaristas desde o dia 28.Eles reivindicam alimentação nas escolas técnicas do Estado (etecs) e pedem punição ao envolvidos na chamada “Máfia da Merenda”.Os policiais chegaram ao local por volta das 5h da manhã, isolaram os arredores e avisaram os estudantes que cumpririam a reintegração.Incomodados com os gritos de guerra dos estudantes, a vizinhança do prédio começou a reclamar de seus apartamentos.Por volta das 6h50, os policiais entraram no saguão do prédio e, mais uma vez, pediram a saída dos estudantes. Sentados no chão em roda, os estudantes gritavam “não tem arrego”. Os policiais, então, começaram a arrastar os alunos para fora do prédio. A reintegração foi cumprida sem confronto. A Tropa de Choque ainda está fora do prédio, isolando a sede da autarquia estadual. E uma equipe faz vistoria do imóvel.”
(*) Nilson Lage foi professor do Fernando Brito que publicou esta matéria no Tijolaço
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