terça-feira, 9 de julho de 2013

MÉDICO ONDE NÃO TEM MÉDICO

A cerimônia de lançamento do Programa Mais Médicos, ocorrida no Palácio do Planalto, entrou para a história do Governo Dilma Rousseff, como uma ação corajosa e que demonstra que o país tem um governo que quer discutir e encontrar soluções para os grandes problemas que a população enfrenta no seu cotidiano.
 
OS PREFEITOS
 
O governo na sua ação ganhou importantes aliados, principalmente o apoio de mais de 2.500 prefeitos de todo o Brasil, que governam quase a metade das cidades brasileiras e mais prefeitos estão apoiando e exigindo do ministro da Saúde ações para a contratação de médicos estrangeiros”. Quem rastrear a história do Bolsa Família irá descobrir que este imenso programa de distribuição de renda só deixou o plano das utopias e entrou na vida real de 12 milhões de famílias, depois que foi assumido pelas prefeituras.
Este antecedente indica que o Mais Médicos pode funcionar, pois responde a uma necessidade real, mas não é garantia de nada. O apoio dos prefeitos é um ótimo ponto de partida, mas o Planalto terá de aprovar sua medida provisória no Congresso, derrotando diversos adversários do plano, tanto aqueles que respondem a razões políticas e ideológicas, como aqueles que já procuram pescar nas correntezas ainda turvas da sucessão presidencial – e tentarão criar dificuldades para o governo de qualquer maneira.
 
MÉDICO ONDE NÃO TEM MÉDICO
 
O governo vem buscando soluções para mudar a nossa realidade na saúde, principalmente nos "cantões" deste imenso Brasil, onde nenhum médico, quer exercer sua profissão, mesmo com altos salários. Alguns criticam mas não apresentam soluções imediatas, que resolvam a situação daquela população. O errado seria o governo manter tudo como está.  Hoje, eles não querem as vagas que o governo oferece e também não querem que elas sejam ocupadas por médicos estrangeiros, impedindo que milhões de brasileiros tenham acesso ao atendimento médico. É um absurdo!
 
Vale lembrar que cada médico custa de renda per capta ao governo na sua formação completa, perto de R$ 800.000. O governo tem o direito de definir para onde vai encaminhar seus doutores e suas prioridades. Hoje todos, ou quase todos, querem ficar nas grandes cidades, com seus consultórios, tudo justo, mas cabe aos nossos governantes acharem ações que possam resolver este problema.
 
OPINIÃO DA MARA CRUZ
 
Abaixo reproduzi a opinião da Mara Cruz sobre o assunto, que achei super interessante.
 
"Olha, este debate sobre a presença de médicos estrangeiros para atuar nos rincões brasileiros é nitroglicerina pura! Mas vou expor minha humilde opinião. Temos gravíssimos problemas no Brasil, há décadas, em relação à Saúde e Educação. Não podemos ter a pretensão de resolver tais situações, de tantos e longos anos, em poucos meses. Alcançar o patamar desejado nesses dois setores fundamentais da sociedade, demandará inúmeras ações estruturantes, a médio e longo prazo: investimentos corretamente aplicados e não desviados; combate ao fortíssimo lobby dos planos de saúde privados, que se beneficiam fortemente da falência da medicina pública; dos laboratórios farmacêuticos e das empresas de materiais hospitalares superfaturados, para citar alguns dos problemas mais conhecidos ( há outros escusos e muito escabrosos que me reservo o direito de não elencar).
 
Ao longo dos tempos, a outrora virtuosa e respeitadíssima profissão dos seguidores de Hipócrates foi sofrendo, inevitavelmente, uma mudança de concepção. Os avanços tecnológicos transformaram a medicina preventiva e quase particularizada, numa clínica mais sofisticada, com diagnósticos precisos, mas sem o contato humano mais próximo. Cura-se os sintomas mas investe-se muito pouco nas prevenções das diversas patologias.
 
No Brasil, ainda se morre por doenças relacionadas à falta de saneamento e à desnutrição. Melhoramos nos últimos anos mas continuamos longe do ideal... Sou amiga e parente de vários excelentes médicos, todos trabalhando em capitais. Desses, apenas UM trabalhou durante algum tempo no interior do Pará (já voltou para Belém). Agora, a pergunta que não quer calar: como resolver a falta de médicos nos "cantões" brasileiros?
 
Vamos esperar as condições ideais de trabalho para, só então, os recém-formados se animarem a adentrar o país e atender a população local? Isto levará tempo demais e enquanto tal não se acontece, deixaremos os brasileiros dos interiores abandonados? Será que eles podem esperar mais tantos anos assim? Até quando? As poderosas associações médicas representam interesses de uma das mais corporativas categorias profissionais que conhecemos! E quem vai defender as populações desses locais menos favorecidos??? Juro que ainda não ouvi nenhuma argumentação convincente que se contraponha à presença dos médicos estrangeiros. Mas continuo aguardando..."
 

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