quinta-feira, 10 de outubro de 2013

OS BLACK BLOCS ISOLAM OS MOVIMENTOS SOCIAIS

Já alguns meses os movimentos sociais saíram às ruas com diversas reivindicações. Conseguiram, depois de um longo e tenebroso inverno, realizar eventos de massa com grande participação popular e o poder público, perdeu o "tato" de lidar com estas legitimas manifestações. A truculência por parte do estado levou ao encorpamento e deu uma nova pauta aos manifestantes.

As recentes manifestações dos professores, em greve, na cidade do Rio de Janeiro deram mais uma prova que o diálogo é o melhor caminho contra a radicalização. Dialogar a exaustão, até com aqueles que preferem outros caminhos e assim mostrar a toda sociedade, os verdadeiros objetivos daqueles que não estão buscando uma educação pública de qualidade. O dialogo vinha sendo feito e ele se perdeu em algum momento.

Na última segunda-feira, tivemos no centro da cidade uma grande manifestação em apoio à greve dos professores. Tenho a certeza que a violência da polícia afastou muitos manifestantes, tenho vivencia de anos dentro do movimento sindical de massa e sempre a polícia não conseguiu lidar com os movimentos reivindicatórios, tratando o trabalhador em luta, como um marginal ou meliante. Este tipo de incompreensão, levou a radicalização e o aparecimento de uma brecha para a atuação violenta dos Block Blocs, violência esta que também afastou muitos manifestantes. Este grupamento faz a política da negação, nega o sistema, a organização dos trabalhadores, dizem inclusive, que isto é um produto do capital e a manifestação pacifica, não ataca diretamente o sistema, renegam inclusive as organizações democráticas de esquerda. Alguns chegam a serem pautados pela direita fascista e parte deles nem pauta têm. Puro anarquismo.

Só que suas ações não são próprias, eles não chamam manifestações, afinal não conseguiriam juntar muita gente. A sua tática é "sequestrar" as manifestações de massa, chamadas pelos movimentos sociais e ali implementar a sua "violência" achando que assim estão atacando o coração do capital. Muitos que os defendem, falam que estou desviando o foco das críticas a Polícia Militar. Não é verdade, quero apenas alertar para o buraco que as categorias em luta estão entrando e se isolando da sociedade, que até o momento apoia as manifestações.

Não posso aceitar que eles destruam uma banca de jornal, de um empreendedor, que deu parte de sua vida para construir aquele negócio. Conheço um perto da Cinelândia, que entrou em desespero. Foi praticamente perda total. Terá que recomeçar tudo de novo, porque este grupamento diz que sua atividade, reproduz a voz do capital, através de jornais e revistas.

Não tenho dúvidas que sem o Black Blocs, mais de 300 mil estariam na caminhada da última segunda-feira. Agora é preciso que as lideranças dos movimentos sociais, consigam construir uma separação entre as suas justas reivindicações e a revolução anarquista ou pagarão um preço muito alto, que será o isolamento.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela participação!