terça-feira, 15 de dezembro de 2015

AS COTAS DE TV VÃO ACABAR COM O FUTEBOL BRASILEIRO


A nova distribuição das cotas de TV vai acabar com o chamado equilíbrio do futebol brasileiro, em breve não teremos mais 12 clubes lutando pelos títulos, apenas três ou quatro, com os demais cumprindo um papel de coadjuvantes.

No futebol brasileiro atual, os nossos principais jogadores vão cedo para o exterior e as únicas coisas que mantêm o interesse do torcedor é a rivalidade e o equilíbrio técnico, mesmo que as vezes seja medido por baixo. Com as disparidades aumentando nas cotas de TV, isto será jogado no lixo.

Os novos contratos com a Rede Globo para a Série A foram firmados por 3 anos (2016-2018), com Flamengo e Corinthians ganhando um aumento de 54% em relação ao contrato anterior, além de ganhar numericamente, a dupla teve também o maior aumento na porcentagem, o que comprova o que venho dizendo a muito tempo. O futebol brasileiro caminha para o modelo espanhol, onde o Barcelona e Real Madrid, disputam os títulos e as vezes chegando o Atlético de Madrid, os demais apenas lutando pelas posições secundárias.

Valores da Liga Espanhola 2013/2014

VALORES DO NOVO CONTRATO E SUAS DIVISÕES

O Corinthians e Flamengo saem de R$ 110 milhões para R$ 170 milhões, um aumento de R$ 60 milhões, equivalendo a 54% em relação ao contrato anterior.

No "segundo bloco" vem o São Paulo, sozinho, ganhando R$ 110 milhões. Isto é R$ 30 milhões a mais que a cota anterior, representando um aumento de 37%.

No "terceiro bloco" aparecem, Vasco e Palmeiras, saindo de R$ 70 milhões para R$ 100 milhões, com um aumento de 42%

No "quarto bloco" vem sozinho o Santos com uma cota de R$ 80 milhões, que já é menos da metade das cotas do Flamengo e Corinthians. O Santos teve um aumento de R$ 20 milhões em sua cota, representando 33%.

No "quinto bloco" aparecem: Botafogo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Atlético/MG e Cruzeiro com uma cota de apenas R$ 60 milhões, com um aumento de R$ 15 milhões em relação a cota anterior, representando um aumento de 33%

No "sexto bloco" estão: Atlético/PR, Curitiba, Goiás, Sport, Vitória e Bahia, todos saindo da cota de R$ 27 milhões para R$ 35 milhões, um aumento de 8 milhões, representando perto de 30%.

Com esta distribuição, como o Sport pode concorrer contra um Flamengo? Como a dupla Fluminense e Botafogo, vão poder manter a rivalidade regional com a dupla Flamengo e Vasco?

Reparem que as diferenças existiam (2011-2012) mais não eram tão gritantes

A GLOBO AINDA TENTARÁ REDUZIR OS VALORES, USANDO AS DIFICULDADES DO CLUBES

A Globo anuncia que vai tentar reduzir ainda mais as cotas de alguns clubes para o novo contrato, com o discurso da crise econômica. Já saiu em algumas páginas na internet, que a Globo propôs ao Botafogo uma redução de R$ 10 milhões/ano até 2018 e uma renovação automática de mais dois anos, indo até 2020. Nos dois últimos anos um aumento de R$ 10 milhões/ano. Em troca a Globo daria ao clube um empréstimo de R$ 40 milhões sem juros, que deve ser quitado em 5 anos. Um absurdo se a atual diretoria aceitar isto. É a morte do Botafogo como potência futebolística no futuro bem próximo.

É PRECISO LIDERAR UM NOVA FÓRMULA NA DISTRIBUIÇÃO DAS COTAS DE TV

O Botafogo precisa liderar conjuntamente com os clubes insatisfeitos e propor uma nova redistribuição das cotas de TV do futebol brasileiro. Inclusive não descartando buscar novos parceiros. Na Europa vários países, inclusive a Espanha, já estão mudando o modelo de venda das cotas de TV, chegando em alguns casos os clubes negociarem individualmente o seu mando de campo.

Podemos ter as diferenças, mas precisamos manter uma distância saudável entre as cotas, afinal os clubes jogam entre si e não sozinhos. Porque dividir as cotas em 3 partes. A primeira parte seria um patamar mínimo para todos. Um segundo, seria um cota técnica, que levaria em conta a classificação dos últimos campeonatos e uma terceira parte que seria presença nos estádios, audiência e a venda de pacotes na TV fechada. esta é uma proposta que poderia ser debatida entre os clubes. Podemos ter várias fórmulas, mas esta atual é que não pode perdurar.

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