sexta-feira, 8 de março de 2019

A LUTA DAS MULHERES POR RESPEITO E IGUALDADE DE GÊNERO

Dia 08 de março se comemora o Dia Internacional da Mulher, que muitos consideram apenas uma data de homenagens às mulheres. Mas esta data é bem diferente das demais datas comemorativas, que em sua maioria foram criadas pelo comércio para aquecer as vendas, ela tem raízes fortes, históricas e profundas.

Hoje, a data é cada vez mais lembrada como um dia para reforçar a luta por igualdade de gênero, com manifestações por todo o mundo.

A data tem várias origens, a mais forte é relacionar ao incêndio ocorrido em Nova York, em 1911, na Triangle Shirtwaist Company, quando 146 trabalhadores morreram, sendo 125 mulheres, que trouxe à tona as más condições enfrentadas por mulheres na Revolução Industrial.

Alguns outros relacionam a marcha das 15 mil mulheres, em 26 de fevereiro de 1909,  Nova York. Outros relacionam com os movimentos, em agosto de 1910, na Europa, por melhores condições de trabalho das mulheres. Desse movimento, saiu a decisão de uma jornada anual de manifestações das mulheres pela igualdade de direitos, sem exatamente determinar uma data. A primeira manifestação aconteceu, em 19 de março de 1911.

Em 1917, houve um marco ainda mais forte daquele que viria a ser o 8 de Março. Naquele dia, um grupo de operárias saiu às ruas para se manifestar contra a fome e a Primeira Guerra Mundial, movimento que seria o pontapé inicial da Revolução Russa.

O protesto aconteceu em 23 de fevereiro pelo antigo calendário russo - 8 de março no calendário gregoriano, que os soviéticos adotariam em 1918 e é utilizado pela maioria dos países do mundo hoje.

Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o chamado Dia Internacional da Mulher é comemorado desde o início do século 20.

NO  BRASIL ATUAL NÃO TEM LUGAR SEGURO PARA AS MULHERES

Em um sábado de fevereiro deste ano, Elaine Caparróz apanhou por horas de um homem que conheceu na internet e terminou a noite com o rosto desfigurado. Dias depois, outro homem foi detido por ejacular sobre uma passageira dentro de um trem.

Nos últimos 12 meses, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Dentro de casa, a situação não foi necessariamente melhor. Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico. Após sofrer uma violência, mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor ou procurou ajuda.

A mulher brasileira não consegue achar um local seguro no Brasil, sofre a violência dentro de casa, aí pega o metrô, ônibus ou trem, para ir ao trabalho, onde também é assediada. A situação piora quando são mulheres negras, jovens ou pardas.

Isto sem falar do preconceito dentro do local de trabalho, onde realiza as mesmas tarefas dos homens e na sua maioria, ganham salários menores. Além da dificuldade de conseguir o emprego por ser mulher.

No Brasil os números da violência contra as mulheres, são impressionantes. Há 536 casos por hora no Brasil e quase a mesma proporção de mulheres que dizem ter sido vítima de algum tipo de violência sexual. O número de mulheres que sofreram espancamento é assustador (1,6 milhão). Todos esses dados remetem à violência doméstica: 76,4% das mulheres conheciam o autor da violência, a maior parte aconteceu dentro de casa.

A origem da violência no Brasil é cultural. Em casa os filhos veem a mãe apanhar do pai e leva isto para sua vida, como um trauma, que pode se repetir no futuro. A falta de políticas públicas e educacional sobre o tema, piora muito a situação.

Mas temos alguns avanços, como a Lei maria da Penha, a lei do Feminicídio, a alteração na Lei do Estupro, mas só isto não resolve o problema e muita luta ainda tem pela frente.

Mas da luta as mulheres não fogem nunca. Parabéns a todas a mulheres que lutam por igualdade, respeito e um mundo justo e fraterno. As aquelas que ainda não perceberam a gravidade do tema, por motivos pessoais, que venham somar neste "exército da igualdade de gênero".

A luta é para todos, melhores e homens que acreditam num mundo justo e solidário.

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