quarta-feira, 6 de maio de 2015

VALEU A PENA

Muitos amigos não conseguiram abrir a imagem da minha carta de despedida da Prefeitura do Rio. Vejam abaixo.

VALEU A PENA

Ao longo dos últimos anos, estive à frente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário-SEDES, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Tenho certeza que o grande ganho foi transformar um órgão público em um espaço de decisões coletivas, tanto com a equipe da própria Secretaria, como com o Fórum Municipal de Economia Solidária e todos que militam neste movimento, que busca uma sociedade com a economia mais justa e acessível a todos.

 

Logo no início, realizamos o projeto Mulheres Construindo um Novo Rio, com o objetivo de capacitar mulheres para a construção civil. Seguimos com o Projeto Rio EcoSol, onde capacitamos centenas de empreendedores na área da Economia Solidária, nos territórios de Manguinhos, Alemão, Santa Marta e Cidade de Deus. Neste último, implementamos o primeiro Banco Comunitário na cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de fortalecer e dar apoio aos empreendedores locais.

 

Em 2012, por proposta do Poder Executivo Municipal e liderada pelo vereador Luiz Antônio Guaraná, foi encaminhada e votada na Câmara de Vereadores, a Lei Municipal da Economia Solidária. Posteriormente, sancionada pelo Prefeito Eduardo Paes.

 

No mesmo ano foi realizado nas comunidades da Maré, Pavão-Pavãozinho e Manguinhos, o Projeto Geração Consciente, que buscou capacitar os jovens dessas comunidades em comunicação e direitos humanos. Ao final do projeto foi criada a campanha “Pense Direito”, que alertava a população para os seus direitos e deveres. Todas essas iniciativas, ainda tinham a frente, o ex-secretário, Marcelo Costa, mas, eu como subsecretário, já coordenava boa parte dessas ações.

 

Já como Secretário, implementamos a segunda fase do Projeto Rio EcoSol nos territórios da Coroa (Santa Tereza), Maré e Antares/Palmares (Santa Cruz) onde, até o momento, mais de 1.300 participantes realizaram cursos e oficinas de assistência técnica, de criação de ateliê, organização de feiras para comercialização e incentivo a criação de associações e redes locais. Realizamos diversos Festivais de Economia Solidária dentro desses territórios, com a participação de mais de 200 Empreendimentos Econômicos Solidários (EES), que tem como objetivo oferecer pontos de escoamento da produção, mas, fundamentalmente, criar um elo com a própria comunidade.

 

Além disso, ampliamos e consolidamos a presença dos produtores orgânicos da agricultura familiar no município do Rio, com o Circuito Carioca de Feiras Orgânicas, que conta hoje com 14 feiras e a perspectiva de ampliação. No começo do Circuito, esses produtores vendiam em torno de R$700 mil/ano e hoje chegam a vender R$8 milhões/ano, com isto houve uma mudança na vida desses agricultores, melhorando a produção, aumentando a escala e assim vendendo um alimento com preço acessível. É gratificante ver alimentos saudáveis, produzidos sem agrotóxicos ou adubos químicos, vendidos pelo próprio produtor sem intermediação e com preços justos para o consumidor carioca.

 

A principal reclamação dos Empreendimentos Econômicos Solidários, era a falta de oportunidades no escoamento da produção. Para resolver este problema, criamos o Circuito Carioca de Economia Solidária, chamado “Circuito Rio Ecosol”, em parceria com a SEOP e Subprefeituras. Hoje, o Circuito conta com cinco feiras e mais de 150 empreendimentos de economia solidária que tem como diferencial a sustentabilidade com o aproveitamento de materiais que seriam descartados e a geração de trabalho e renda. Realizamos ainda, uma parceria com o Metrô, para a instalação de pontos de vendas fixos em suas estações. Hoje funcionam dois Quiosques Solidários nas estações Siqueira Campos e Glória.

 

Outra reivindicação dos empreendedores da Economia Solidária e do Fórum Municipal é a criação do Centro Público de Economia Solidária. E para isso, já conseguimos via outros órgãos da prefeitura o terreno na região da Lapa e agora estamos na busca de recursos para a construção. Com certeza será um grande passo para o fortalecimento da Economia Solidária no município do Rio de Janeiro.

 

Com a declaração de apoio assinada pelo Prefeito Eduardo Paes, estamos em processo de Certificação da cidade do Rio de Janeiro como a primeira capital da América Latina de Cidade do Comércio Justo e Solidário – Fair Trade Town

 

Coordenamos ao longo desses anos o programa Polos do Rio, em parceria com o SEBRAE, SindRio, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Associação Comercial do Rio de Janeiro, que hoje conta com 27 polos multissetoriais, sendo eles: gastronômico, comercial, cultural,  turístico e de plantas ornamentais. Criamos, também, para melhor gestão do programa o Conselho Consultivo, que é composto por um membro de cada polo. Entre algumas ações previstas no programa se destaca a construção do Mercado Municipal de Plantas Ornamentais de Ilha de Guaratiba, o que vai fortalecer o tecido produtivo local, já que esses produtores fazem um cinturão verde de proteção ao Maciço da Pedra Branca. A criação deste mercado é geração de emprego, renda, desenvolvimento local e também de lazer para os cariocas. 

 

Em 2014, criamos o Conselho Municipal de Economia Solidária – Condesol Rio, previsto na Lei Municipal de Economia Solidária, que tomou posse com a presença do Secretário Executivo de Coordenação de Governo, Pedro Paulo Carvalho. Hoje, o Condesol está em pleno funcionamento com suas cinco câmaras temáticas e a participação do poder público, de entidades de apoio e fomento e da sociedade civil organizada. 

 

Tivemos o prazer de trabalhar em parceria com a SMA (Secretaria Municipal de Administração) e o SEBRAE/RJ na implantação do Programa Fornece Rio, que tem como objetivo preparar os servidores da prefeitura para atender o pequeno empreendedor e produtor para as compras governamentais, conforme cumprimento da lei federal.

 

Em breve, a SEDES vai instalar a primeira UDES (Unidade de Desenvolvimento Econômico Solidário) na comunidade do Turano, no Rio Comprido, com o objetivo de identificar o tecido sócio produtivo local, dar formação e incentivar novos empreendedores e trabalhar na criação das redes locais.

 

Todo esse trabalho só foi possível de realizar, porque tivemos a fundamental parceria da SENAES (Secretaria Nacional de Economia Solidária), que tem a frente o secretário Paul Singer, referência política mundial quando o assunto é economia solidária, e toda sua equipe.

 

Quero tornar público o meu agradecimento ao Prefeito Eduardo Paes, pela oportunidade de trabalhar em prol da cidade que tanto amo e numa gestão que se destaca pela inovação, ousadia e transformação. Quero ressaltar a valorosa equipe da SEDES, que demonstrou comprometimento com a causa pública e que superou todos os desafios encontrados, e que não foram poucos. Gostaria de agradecer os subprefeitos pela parceria, em especial ao Bruno Ramos (Zona Sul), Luiz Claudio (Centro), André Santos (Zona Norte) e Alex Costa (Barra), a todos os secretários e também, a compreensão e o carinho da Rosemary Carvalho (CVL).

 

Por último dizer ao Fórum Municipal de Economia Solidária que fui tomado pelo “vírus” do empreendedorismo e que aprendi muito com vocês. Colocamos o “trem nos trilhos” e tenho a certeza que, em breve, a Economia Solidária do Rio de Janeiro será referência nacional de como é possível fazer política pública de forma horizontal, dialogando ao máximo com todos os envolvidos nas ações.

Um comentário:

  1. Parabéns ao nosso Querido e sempre Secretário de ECOSOL Vinícius Assunção!!

    schuteh Poteh! (luz boa sempre!)

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Obrigado pela participação!