segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

BRASILEIRÃO: AINDA CREDITO NOS HOMENS

Hoje tudo o que foi construído nos últimos dez anos de credibilidade no futebol brasileiro, junto ao torcedor, poderá ir por terra em apenas um julgamento. Hoje o STJD pode derrubar a Lusa e subir com o Fluminense no tapetão, isto é vergonhoso.
 
Se a Portuguesa tiver que ser punida, assim como o Flamengo, que se faça através de uma multa pecuniária e que a retirada da pontuação, seja para a próxima temporada, assim seria mais justo e ninguém seria favorecido com esta punição. O que percebo, é que os bastidores da CBF e da grande mídia, apostam e lutam para a virada de mesa. Coitados, não sabem o mal que estão fazendo para o futebol brasileiro e consequentemente para o seu "produto comercial". 
 
Se a Portuguesa jogar a Série B e o Fluminense jogar a Série A, em 2014, isto será uma verdadeira vergonha e um ataque aos direitos do torcedor, que comprou ingressos para assistir a um campeonato, que vai virar uma grande farsa.
 
Coitado do futebol brasileiro e olha que é em ano de Copa do Mundo!

5 comentários:

  1. A Lusa acaba de ser punida com a perda de quatro pontos, tendo como consequência o rebaixamento da série "A" para a série "B", o que permitirá ao Fluminense a sua permanência na série "A" apesar de ter sido rebaixado em campo para a segundona do Nacional de clubes.

    A Portuguesa foi apenada pelo uso - por 13 minutos - de um jogador suspenso num julgamento na sexta-feira à noite, e por ter usado esse mesmo jogador dois dias depois, no domingo, na última rodada do Brasileirão, quando poderia até perder o jogo que não mais seria rebaixada.

    Conforme disse o advogado de defesa da Lusa, João Zanforlin, no julgamento, a punição deve se conter dentro dos princípios de razoabilidade, da legalidade e da moral esportivas, não podendo o tribunal impor uma pena que, sob a pretensão de se matar "a pulga do cachorro, matar também o próprio hospedeiro, o cachorro".

    O presidente e o vice jurídico da Lusa comprovaram que o boletim da CBF que relaciona os jogadores suspensos para a próxima rodada do campeonato trazia a liberação do jogador em questão - aquele que provocou a virada de mesa nesse julgamento - como apto ao jogo seguinte - no domingo, contra o Grêmio - e tal boletim apresentava essa mesma liberação nos dias 6, 7, 8, 9 e 10, ou seja, de sexta a terça-feira. O julgamento foi no dia 6 - sexta-feira - à noite, o jogo foi no dia 8 - domingo - à tarde, e até na terça - dia 10 - ainda constava que o jogador não estava punido para o jogo do dia 8. Somente no dia seguinte, dia 11, uma quarta-feira e três dias após o jogo, aparece então no boletim específico da CBF a suspensão do jogador.

    Foi lembrado pelo advogado da Portuguesa que, em 2010 o Fluminense cometeu erro semelhante, utilizando-se indevidamente do jogador Tartá, o que levaria o Fluminense a perder o título daquele ano - em que foi o campeão do Brasileirão - e o Fluminense foi absolvido sob o argumento de que valia o resultado do campo, e que outra decisão seria um golpe contra o título tricolor, e o time não teve a perda de pontos que agora está sendo imposta à Portuguesa, entretanto com a utilização do argumento ao contrário daquela época, ou seja, nesse julgamento vale a interpretação fria da Lei, não importando o resultado do campo, muito menos se tal aplicação da Lei levará ou não algum outro time ao rebaixamento.

    Ficou claro que são pesos e medidas diferentes para casos absolutamente iguais. O que é igual naquela época e agora é a Lei sendo interpretada para favorecer os interesses do Fluminense. Ao garantir os interesses tricolores a justiça desportiva faz uso de seu efêmero poder para mudar resultados e garantir a um time reconhecidamente da elite carioca o direito de fazer o que bem entende para virar mesas. Contrariar regulamentos e modificar os resultados de campo ou do direito, dependendo do que interessa no momento às pretensões do Fluminense.

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  2. O advogado do Fluminense, clube que alegou não ter nada a ver com os fatos, e que não deu origem a tal situação, conforme entrevista de seu presidente dias atrás, apareceu no julgamento com seu advogado e pediu para se manifestar como terceiro interessado, sendo o último a falar.

    Por mal dos pecados, de todos os advogados, procuradores, auditores, relatores que usaram da palavra, o advogado do Fluminense foi o último a falar antes dos votos dos magistrados, e foi, ele mesmo, o mais eloquente em todos os pontos e argumentos, muito melhor apresentados do que foi a acusação da procuradoria e o voto do julgador relator do processo, arrasando qualquer possibilidade de julgamento em favor da Lusa, e não teve sua fala contraditada pela defesa.

    Assim, ficou claro - uma vez mais - que o Fluminense não só é beneficiado em julgamentos parciais e tendenciosos como tem pleno conhecimento dos meandros do tribunal para marcar a posição correta que deve ser adotada pelos julgadores.

    Outro fato estarrecedor no julgamento foi a declaração do presidente da Lusa, senhor Manoel da Lupa, que em alto e bom som afirmou que foi procurado por membros do tribunal antes de se iniciar a sessão do julgamento, momento no qual tais membros lhe anteciparam o resultado - contrário aos interesses e ao direito da Lusa - faltando apenas saber se seria o placar de 4 a 1 ou 5 a 0 em favor do salvamento do Fluminense do rebaixamento conquistado em campo. De novo, o Fluminense não vai pagar sua dívida, a de pagar uma passagem pela série "B"

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  3. Algumas versões correram a mídia e a internet sobre o julgamento que se deu hoje no STJD, no Rio de Janeiro. Uma delas dava conta de que o resultado pretendido seria o de buscar o Flamengo para a mesma denúncia para justificar perante a opinião pública de que o tribunal não aplica punição apenas aos pequenos times, mas aos grandes também, e nesse caso seria o Flamengo usado para tal artimanha.

    Não resta dúvida que essa versão se incorpora àquelas teorias conspiratórias que são tão comuns na política e também no futebol. Entretanto, o Flamengo seria usado parcialmente, sem correr risco de rebaixamento, apenas para dar curso à teoria de salvamento do Fluminense ser um fato sério. Um hipotético caso sério. Numa boa receita de bolo junta-se diversos ingredientes para o deleite de quem for consumir o produto.

    Um desses ingredientes seria explorar um fato que causou comoção social e inverter tal comoção num caso paralelo. E o Vasco, cuja diretoria não conta com a grande simpatia da CBF e Globo, seria o ingrediente necessário. A guerra das arquibancadas no jogo Vasco versus Atlético PR seria usada para justificar que o time carioca não teria direito a um verso da lei desportiva de que um jogo só pode ser paralisado por falta de segurança por - no máximo - sessenta minutos, ou seja, trinta mais trinta, findo tal tempo o jogo deveria ser suspenso.

    No caso da Portuguesa, que é o que interessa aos conspiradores, vale e tem que valer o que está escrito, não pode haver interpretação, aquela que de tão óbvia parecia real aos torcedores da Lusa, que seu erro em escalar o jogador ao final do segundo tempo não trazia qualquer intenção de dolo do time lusitano pois até a derrota naquele jogo não mais rebaixaria a equipe paulista.

    A única possibilidade de queda do time luso seria a sua derrota por goleada e as vitórias de Vasco, Fluminense, Coritiba e Criciúma, além de ao menos um empate do Internacional. Se o jogo do Vasco estava atrasado pela paralisação em razão da briga nas arquibancadas, o jogo do Criciúma estava ao mesmo tempo de jogo e perdia por 3 a 0. Ou seja, apenas um resultado não se configurar a Portuguesa estaria salva do rebaixamento, não precisava de mais outro. Precisava de todos aqueles resultados para ser rebaixada, mas de apenas um para se salvar. E o Vasco ainda teria que descontar um saldo de gols enorme, ganhar do Atlético por uns 7 gols de diferença. Não ganhou e perdeu de goleada. Esse resultado do Vasco, entretanto, não interessava mais após a confirmação da derrota do Criciúma.

    Vamos continuar com esse debate...

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  4. Volto ao fato da teoria conspiratória.

    O relato do procurador que sustenta a acusação contra o Flamengo, a defesa do advogado do Flamengo, o voto do relator do processo e os demais votos dos auditores e presidente da comissão revelam, sem qualquer dúvida, inclusive para leigos no direito, que a acusação não tem substancia e o atleta do Flamengo e o próprio clube não podem ser apenados.

    Antes de continuar faço um registro: sou botafoguense, dos fanáticos, não tenho nenhuma motivação para ser simpático ao Flamengo, ainda que tenha filhos, irmãos e muitos bons amigos torcedores do rubro negro. Eu quero ver o Flamengo na segunda divisão um dia, mas com resultados de campo, não do tapetão.

    Pois bem! O advogado do Flamengo foi metódico, didático, claro e objetivo, trouxe ao exame do tribunal não uma, mas três hipóteses interpretativas que davam razão ao clube carioca. Apenas uma possibilidade interpretativa - a mais fraca, mais débil, sem lógica desportiva - poderia levar o Flamengo a perder os pontos. E foi esta última a usada para condenar o time da Gávea.

    O Flamengo teve um jogador expulso, deveria o jogador cumprir suspensão automática, mas era o último jogo, o do título da Copa da Brasil. Logo, a suspensão automática ou seria na próxima Copa do Brasil ou seria no Brasileirão por força de uma legislação que trata desses casos, onde o atleta paga a suspensão em outra competição organizada pela mesma entidade, a CBF no caso. Pois o atleta em questão cumpriu a suspensão no jogo contra o Vitória. Depois veio o julgamento e houve a punição de um jogo, já cumprido, lógico. Nada disso. Para o tribunal, o cumprimento deveria se dar após a condenação imposta pelo tribunal, no caso, no jogo contra o Cruzeiro.

    A atitude do Flamengo em fazer o atleta cumprir a suspensão no jogo contra o Vitória tem amparo legal, está descrita a possibilidade no Código Brasileiro de Disciplina. O Flamengo se antecipou e cumpriu a suspensão da forma que lhe seria cobrado, num jogo de outro campeonato, no Brasileirão.

    Pois o tribunal entendeu que o Flamengo não poderia se antecipar, por se tratar de disputa finda, e que deveria aguardar a deliberação da justiça desportiva para cumprir a pena em outra competição. Pura falácia. Os regulamentos já diziam que a pena seria cumprida no Brasileirão. Neste caso não vale o que está escrito, segundo o tribunal.

    Ao proferir seus votos, os quatro auditores e o presidente quase pediram desculpas ao advogado do Flamengo para votarem pela punição, e o presidente da comissão chegou a dizer que a tese do advogado deveria ser incorporada ao regulamento de tão justa que era.

    Vamos continuar esse debate...

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  5. Na sexta-feira passada, dia 13 dezembro, o presidente do tribunal negou de pronto o recurso do Vasco para pedir os pontos do jogo contra o Atlético PR, conforme consta da legislação, ou seja manter o jogo paralisado, suspenso, por tempo superior ao máximo permitido. Nesta segunda, dia 16, outra vez foi negado, agora pela comissão, o direito do Vasco pleitear o pedido dos pontos daquele jogo das brigas, cuja legislação pune o clube detentor do mando do campo.

    Não estou entrando no mérito se o Vasco tinha ou não direito aos três pontos conforme o regulamento. Digo apenas que negar o direito do Vasco significa garantir que o Flamengo não caia com a perda de seus pontos no julgamento arranjado. Negar ao Vasco o direito ao julgamento. Seu pedido foi afastado de pronto, sem análise do tribunal. Assim, mantém-se o Vasco rebaixado, salva-se o Fluminense do rebaixamento e usa-se o Flamengo - sem o risco de rebaixar-se à série "B" - e pune-se a Portuguesa, um time pequeno, que deve ir pra segundona no lugar do tricolor carioca.

    Se com tudo isso, ninguém ainda acredita que houve uma armação conspiratória, eu digo que - no mínimo - a teoria tem lá seus predicados, e se parece bastante com as armações de tribunais e federações e seus respectivos tapetões.

    Num tempo em que o mensalão foi o que foi, uma farsa do início ao fim, uma manobra jurídica a mais para salvar o Fluminense da segundona vira um café bem pequeno. Muito amargo para a Portuguesa, e muito doce e saboroso para a torcida tricolor que está comemorando como se tivesse conquistado outro título.

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