Aluno da Rede Municipal do Rio, se comunicando através da Língua dos Sinais, na Sala de aula |
As escolas bilíngues contam com instrutores surdos e intérpretes da Língua
Brasileira de Sinais (Libras) para atuar em salas de aula com alunos surdos.
Mais do que facilitar a comunicação, a Libras é o instrumento de identidade das
pessoas com deficiência auditiva, oficializada em 2002 como a língua mãe de
cerca de 5,7 milhões de brasileiros que, segundo o censo de 2000, apresentam
algum nível de surdez. Em 2013, quando o programa completa um ano, mais duas
escolas da rede devem se tornar bilíngues, com o uso da Libras.
Há um ano estudando numa classe regular na Escola Municipal Benjamin Franklin, em Campo Grande, Jorge Ramos Dias, 14 anos, é um dos alunos atendido pelo programa. Segundo ele, a presença da intérprete em sala de aula tem sido fundamental para acelerar o aprendizado:
- Agora está sendo mais fácil, estou compreendendo melhor os textos e lendo
com mais facilidade. Até mesmo em relação às ordens da professora, que antes eu
não entendia. Antes eu só copiava, agora eu entendo.
O trabalho dos 127 intérpretes e 120 instrutores de Libras da rede municipal
de ensino acontece em dois momentos distintos: com o instrutor, que auxilia o
aluno na sala de recurso, onde se reforça o conteúdo dado em classe, a partir do
uso de métodos mais visuais que possibilitam uma melhoria no processo de
aprendizagem; e com o intérprete, elo de comunicação entre o estudante com
deficiência auditiva, o professor e o restante da turma em sala de
aula.
Alguns estudos têm demonstrado que esta abordagem corresponde melhor às
necessidades do aluno com surdez, por respeitar a língua natural e construir um
ambiente próprio para a aprendizagem escolar.
Para a intérprete Eli Ocemar, que tem uma irmã deficiente auditiva, a
valorização da língua de sinais como instrumento de sociabilização é
extremamente importante:
- A presença do intérprete na sala de aula muda a percepção do aluno com
deficiência auditiva tanto no aprendizado quanto na sua aspiração para
vida.
Fonte: Prefeitura do Rio
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