domingo, 7 de abril de 2013

LÍNGUA DOS SINAIS NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RIO


Aluno da Rede Municipal do Rio,
se comunicando através da
Língua dos Sinais, na
Sala de aula
Para garantir um atendimento educacional especializado para os alunos com deficiência auditiva, a Prefeitura do Rio criou, em 2012, o projeto Escolas-Piloto de Educação Bilíngue. Desenvolvido pelo Instituto Municipal Helena Antipoff (IHA), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Educação, o programa funciona em 21 escolas da rede municipal. Atualmente, fazem parte do projeto 767 alunos que apresentam algum nível de surdez, 35 deles totalmente surdos.

As escolas bilíngues contam com instrutores surdos e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para atuar em salas de aula com alunos surdos. Mais do que facilitar a comunicação, a Libras é o instrumento de identidade das pessoas com deficiência auditiva, oficializada em 2002 como a língua mãe de cerca de 5,7 milhões de brasileiros que, segundo o censo de 2000, apresentam algum nível de surdez. Em 2013, quando o programa completa um ano, mais duas escolas da rede devem se tornar bilíngues, com o uso da Libras.

Há um ano estudando numa classe regular na Escola Municipal Benjamin Franklin, em Campo Grande, Jorge Ramos Dias, 14 anos, é um dos alunos atendido pelo programa. Segundo ele, a presença da intérprete em sala de aula tem sido fundamental para acelerar o aprendizado:
 
- Agora está sendo mais fácil, estou compreendendo melhor os textos e lendo com mais facilidade. Até mesmo em relação às ordens da professora, que antes eu não entendia. Antes eu só copiava, agora eu entendo.
O trabalho dos 127 intérpretes e 120 instrutores de Libras da rede municipal de ensino acontece em dois momentos distintos: com o instrutor, que auxilia o aluno na sala de recurso, onde se reforça o conteúdo dado em classe, a partir do uso de métodos mais visuais que possibilitam uma melhoria no processo de aprendizagem; e com o intérprete, elo de comunicação entre o estudante com deficiência auditiva, o professor e o restante da turma em sala de aula.
 
Alguns estudos têm demonstrado que esta abordagem corresponde melhor às necessidades do aluno com surdez, por respeitar a língua natural e construir um ambiente próprio para a aprendizagem escolar.
Para a intérprete Eli Ocemar, que tem uma irmã deficiente auditiva, a valorização da língua de sinais como instrumento de sociabilização é extremamente importante:
- A presença do intérprete na sala de aula muda a percepção do aluno com deficiência auditiva tanto no aprendizado quanto na sua aspiração para vida.
 

 

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